"...o pianista brasileiro Fabio Luz obteve, uma vez mais, um enorme sucesso com um programa astuciosamente dosado e particularmente interessante... Raramente as 'Imagens' soaram com essa poesia ao mesmo tempo discreta e autêntica, da qual ele tem o segredo...

Le Progrès, França


 

"Os eporesienses (de Ivrea, Piemonte) ouviram novamente com alegria este artista que encanta com sua virtuosidade poderosa, a variedade e a beleza dos sons que sabe obter do instrumento... grande fascínio em "Miroirs": sons líquidos e transparentes, por vezes até metafísicos... o público aplaudiu longa e entusiasticamente"

Carla Zanetti Occleppo - Sentinella del Canavese, Itália

 

Pura alquimia de sons

 


A convite da Embaixada do Brasil e do Círculo de Amigos da Espanha, Portugal e Iberoamérica, o pianista brasileiro Fabio Luz tocou no Conservatório de Berna um programa homogêneo, pianisticamente exigente… com obras de Debussy, do compositor Mozart Camargo Guarnieri, e de Heitor Villa-Lobos… Já aos primeiros acordes ficou patente para o público o alto nível técnico e artístico com que Fabio Luz havia impostado seu potente recital. Extremamente tranqüilo, com uma capacidade de memória e competência fenomenais, toque altamente diferenciado… a segurança técnica de Fabio Luz e a força de sua interpretação transformaram o prazer auditivo numa vivência inesquecível.

 Der Bund, (trad. Mks. Ambassade du Brésil, Bern), Suiça

 


 

Música noturna com Céu de Estrelas

O pianista brasileiro Fabio Luz no Centro Cultural de Konstanz

 

Ele trouxe cores não apenas para as notas, mas também para a sala. Chopin diante da luz violeta, a Música Brasileira diante de fundo iluminado azul. Assim foi estabelecida uma emoção ímpar: Pois Chopin parecia soar através do vermelho-azul diluído, conforme a ciência das cores ensinada por Goethe – "Vivacidade sem alegria". As obras dos brasileiros Villa-Lobos e Almeida Prado entretanto mesclavam "algo contraditório de encanto e tranquilidade".

O Scherzo em do sustenido menor foi tocado por Fabio Luz diante daquela cor ilusória com tal temperamento, porém com tão romântica consciência universal, como se o título "Scherzo" tivesse de ser refutado, devendo ser entendido como scherzo d’acqua (jogos d’água). Do início sombrio com oitavas duplas e saltadas feitas com maestria ao final com a tempestuosa fuga. Mas no meio da obra foi possível ouvir um hino de acordes marcantes, com segurança absoluta, a pedalização prolongada, sob a catarata das colcheias descendentes. Cantabilidade e performance misturavam-se em policromia dinâmica. Ainda mais romântica, ainda mais "violeta" soou a Sonata em si menor.

Desde as rápidas modulações do primeiro tema, toda a clareza da formulação pianística possuia vivacidade e melancolia. O solista assimilou o domínio da expressão e da forma: o lirismo no contra-canto, a inquietude dos arpejos da mão esquerda, com nitidez nos contrapontos, absolutamente nada de secundário ou vozes de enchimento. Onde parecia querer aparecer um pequeno traço de "alegria" (elegante marcha em tonalidade maior no Largo), ela perdia-se no pianissimo. O final, com rígidas figuras harmônicas (assustadores os acordes por graus conjuntos alternando-se ao êxtase de velocidade dos dedos), teve um Stretto de concentrada energia sonora.

A Música Brasileira tinha fundo azul, acordando perfeitamente com a 4ª das Bachianas de Villa-Lobos. Em estilo barroco tradicional, "preludiado" dentro das sequências, com reminiscências da "Fantasia Cromática". No Coral – Canto do Sertão – vivenciamos a técnica do cantus firmus com sinos em ostinato. Magia de sons tropicais no jogo de ressonâncias: acordes profundos tinham sons prolongados como sonoridades longínquas de um órgão, em posições centrais mudas. Na Dança final, Bach è transmudado no barroco brasileiro com veemência motora: Arrebatador!

O compositor Almeida Prado dedicou as Cartas Celestes (Quadros Estelares) das Quatro Estações a Fabio Luz – para vantagem da obra – tendo-lhe confiado a composição. O que Fabio Luz conseguiu fazer dessas observações celestes sulamericanas è algo que vai das cintilações de um enxame de meteoritos, através de uma implosão de supernova, do cometa errante melódico até a harmonia final dos mundos, no límpido acorde maior de uma cosmografia virtuosa.

O público ficou tão fascinado com as tensões sonoras extremas, dos agudos aos graves, com os sons flauteados sobrenaturais (como è que esse "Copperfield do teclado" consegue isso? ) das estrelas cadentes apagando-se em cores, que esqueceu-se totalmente que se tratava da simulação sonora da "Nebulosa NGC 6960|95" ou da Galáxia NGC 4472-M-49", etc. Em vista dos grandes aplausos tivemos extra as sonoridades terrestres de uma Caixinha de Músicda Quebrada de Villa-Lobos e de um Sonho de Debussy.

Helmut Weidhase

(trad. Werner Rothschild)

Virtuoso e temperamental, até tempestuoso: Fabio Luz entusiasmou o público na Sala Wolkenstein com obras de Chopin, Villa-Lobos e Almeida Prado. O recital foi patrocinado conjuntamente pelas Sociedades Amigos do Teatro, Solistenkonzerte e pela Secretaria Municipal de Cultura.

Südkurier, 22 de Junho de 2001, Alemanha